- F
-
fabulação
- Transtorno de memória que
ocorre sem alteração
de consciência, caracterizado
por falsos relatos de eventos passados
ou experiências pessoais.
As memórias falseadas são
usualmente esquecidas e precisam
ser evocadas; menos comumente, elas
são espontâneas e sustentadas
e, ocasionalmente, tendem à
grandiosidade. A tabulação
usualmente ocorre em síndromes
amnésicas orgânicas
(p.ex., síndrome de Korsakov).
A tabulação pode também
ser induzida ou influenciada iatrogenicamente.
Ela não deve ser confundida
com as alucinações
de memória que ocorrem na
esquizofrenia, nem com a pseudologia
fantástica (síndrome
de Delbruck). Ver síndrome
amnésica orgânica.
facilitador - Pessoa
ou grupo social cujas ações
ou políticas facilitam, intencionalmente
ou não, o contínuo
uso indevido de álcool ou
de outra substância psicoativa.
Ver codependente.
fadiga crônica & fibromialgia
- Existem duas patologias
incaracterísticas, tidas até bem
pouco tempo, como fingimento, preguiça,
má vontade e manha mas que, atualmente
foram identificados e diagnosticados
como verdadeiras síndromes de causa
desconhecida e quadro clínico bem
definido. Trata-se da Fibromialgia,
um quadro de dores generalizadas
pelo corpo todo e da Síndrome de
Fadiga Crônica. Ambas patologias
estão associadas à estados emocionais
desencadeantes ou agravantes, daí
a inclusão delas no capítulo das
Doenças Psicossomáticas.
A Síndrome da Fadiga Crônica (SFC)
é uma condição caracterizada por
fadiga prolongada e debilitante,
acompanhada por vários sintomas
inespecíficos como dores de cabeça,
repetidas inflamações de garganta,
dores musculares e nas articulações
e perturbações cognitivas, como
por exemplo, lapsos de memória e
dificuldade de concentração.
A fadiga intensa é o elemento principal
da síndrome e pode aparecer repentinamente
ou se instalar gradualmente. A Síndrome
da Fadiga Crônica está incluída
no capítulo das Doenças Psicossomáticas.
O diagnóstico da Síndrome da Fadiga
Crônica requer que os sintomas relatados
tenham uma história de, pelo menos,
seis meses de duração. De modo geral
a maioria dos pacientes se queixa
de padecer por anos de um quadro
extremamente incapacitante e mal
entendido, tanto por pessoas leigas,
como também por muitos profissionais
de saúde.
Está cada vez mais freqüente a queixa
de pessoas que têm "cansaço
" crônico quando acabam de
acordar e quando voltam das férias.
É a Síndrome da Fadiga Crônica (SFC)
da qual não se sabe a causa, mas
está associada a uma alteração do
eixo hipotálamo-hipofisário incluindo
a supra-renal, por isso há um nível
baixo de cortisona no sangue.
fadiga de combate (F43.0)
- Estado de exaustão emocional
e física precipitado por
uma experiência de combate.
Ver reação aguda ao
estresse.
fadiga pós-viral
- Ver síndrome astênica
pós-infecciosa.
fala desordenada
- Ver taquifemia.
fala sem sentido
- Ver jargonofasia.
fala, perturbação na
- Qualquer transtorno da comunicação
verbal que não é provocado por inervação
defectiva dos músculos da fala ou
órgãos da articulação.
fala,
pressão de - Fala rápida,
acelerada e excitada. Às vezes, excede
a capacidade da musculatura vocal
para a articulação, levando a uma
fala atrapalhada e indistinta; em
outros casos, excede a capacidade
do ouvinte para compreender, à medida
que a fala expressa uma fuga de idéias
ou um jargão ininteligível.
falha do desenvolvimento
- Falta de desenvolvimento fisiológico
normal esperado numa criança,
incluindo aquisição
lentificada de marcos do desenvolvimento
e ausência de ganho de peso,
freqüentemente acompanhada de
falta de crescimento, retardo físico
e baixa estatura. Na ausência
de causas orgânicas, a falha
em desenvolver-se pode ocorrer como
parte da síndrome de transtorno
reativo de vinculação.
Ver transtorno reativo de vinculação
na infância.
falta ou perda do desejo sexual
(F52.0) - Transtorno do impulso
sexual hipoativo ou (em mulheres)
frigidez. Ver disfunção
sexual.
fanatismo/idéias superestimadas
- Há situações onde ocorre uma
predominância dos afetos sobre a reflexão
consciente, com subseqüente alteração
do juízo da realidade e com repercussões
secundárias no comportamento social
do indivíduo. As Idéias Supervalorizadas
são conhecidas também como Idéias
Prevalentes ou Idéias Superestimadas.
É quando o pensamento se centraliza
obsessivamente num tópico especialmente
definido e carregado de uma enorme
carga afetiva. A imagem literária
através da qual se estigmatiza o possuidor
das Idéias Supervalorizadas é a do
indivíduo fanatizado, cuja convicção
acerca de sua Idéia Superestimada
desafia toda argumentação em sentido
contrário, inclusive a contra-argumentação
embasada em elementos lógicos e razoáveis.
Tendo em vista a grande força sentimental
propulsora da convicção prevalente,
tal pensamento passa a ser dirigido
exclusivamente pela emoção, comumente
por uma emoção doentia e com total
descaso para com a lógica ou para
com a razão.
fantasia - Seqüência
imaginada de eventos ou imagens mentais
que serve para expressar conflitos
inconscientes, para gratificar desejos
inconscientes ou para preparar eventos
futuros previstos.
fase residual -
A fase de uma doença que ocorre após
a remissão dos sintomas floridos ou
da síndrome completa.
fases etárias
- Etapas culturalmente reconhecidas
e socialmente estabelecidas no ciclo
vital (p.ex., infância, adolescência,
idade do casamento, meia-idade, idade
da aposentadoria), que refletem mudanças
biológicas e podem ajudar os
indivíduos na aceitação
de mudanças relacionadas à
idade e na adaptação
às alterações
de seu status social, não obstante
sua natureza estressante.
fatalismo - Visão
de mundo segundo a qual os eventos
desagradáveis são aceitos
como inevitáveis, em vez de
preveníveis ou solucionáveis.
feitiçaria
- Crença que uma pessoa, usando
métodos supostamente sobrenaturais
(ou "mágicos”),
pode trazer azar, causar dano ou doença
(e mesmo a morte) a outra pessoa ou
pode controlar o futuro. Este termo
é usado freqüentemente
como sinônimo de bruxaria.
fenciclidina (pcp)
- Substância psicoativa com
efeitos depressores, estimulantes,
analgésicos e alucinógenos
sobre o sistema nervoso central. Foi
introduzida na clínica como
anestésico dissociativo, mas
seu uso foi abandonado devido à
freqüente ocorrência de
uma síndrome aguda manifestada
por desorientação, agitação
e delirium. Parece ser útil
no tratamento de acidentes vasculares
cerebrais. A PCP é relativamente
barata e fácil de sintetizar,
sendo utilizada como droga ilícita
desde os anos 1970. Substâncias
relacionadas que produzem efeitos
semelhantes compreendem o dexoxadrol
e a quetamina.
O uso ilícito da PCP se faz
por via oral, endovenosa ou por aspiração,
mas geralmente é fumada. Os
efeitos começam em 5 minutos
e têm seu pico em 30 minutos.
Primeiro, o usuário sente euforia,
calor corporal, formigamento, sensação
de flutuação e o sentimento
de um sereno isolamento. Podem aparecer
alucinações visuais
e auditivas, assim como alterações
da imagem corporal, percepções
distorcidas do tempo e do espaço,
delírios e desorganização
do pensamento. Alguns sintomas neurológicos
e psicológicos acessórios
estão relacionados com a dose
e incluem hipertensão, nistagmo,
ataxia, disartria, esgares, sudorese
intensa, hiper-reflexia, diminuição
da resposta à dor, rigidez
muscular, hiperpirexia, hiperacusia
e convulsões.
Os efeitos geralmente duram de 4 a
6 horas, embora alguns sintomas residuais
possam levar vários dias para
desaparecerem. Durante o período
imediato de recuperação
pode haver comportamento autodestrutivo
ou violento. Foram observados delirium,
transtorno delirante e transtorno
de humor causados pelo uso de PCP.
Como no caso dos alucinógenos,
não se sabe se tais transtornos
são efeitos específicos
da droga ou manifestação
de uma vulnerabilidade preexistente.
Na CID-10, os transtornos relacionados
à PCP estão classificados
junto com os dos alucinógenos
(F16).
fenilcetonúria
- Condição autossômica
recessiva heterogênea, caracterizada
por uma incapacidade para converter
fenilalanina em tirosina devida a
uma mutação no locus
da fenilalanina-4-hidroxilase (12q22-q24),
também denominada de fenilcetonúria
clássica) ou, raramente, por
um defeito em qualquer etapa do metabolismo
de um cofator, i.é., ausência
ou deficiência da atividade
da pteridina redutase ou síntese
deficiente da biopterina. Nos homozigotos
não tratados, o fenótipo
mostra graus variados de deficiência
mental, desde o mais profundo ao mais
leve, e uma variedade de anormalidades
físicas que incluem nanísmo,
diminuição da circunferência
craniana, amplo espaçamento
entre os incisivos, cifose, diminuição
da pigmentação, dermatite
eczematosa, aumento do tônus
muscular e hipercinesia. A freqüência
dos defeitos de nascimento varia desde
1:12.000 até 1:50.000 em diferentes
populações, com importante
variação étnica.
O tratamento da fenilcetonúria
clássica consiste em dieta
restrita em fenilalanina iniciada
logo após o nascimento e mantido
por toda infância e início
da adolescência, podendo prevenir
ou minimizar a deficiência intelectual.
A dieta deve, em todo caso, ser retomada
pela mulher acometida que desejar
engravidar, para evitar o acúmulo
de fenilalanina no cérebro
do feto, mesmo não sendo este
fenulcetonúrico. A doença
foi descrita por Foiling em 1934.
fenômeno hipnagógico/hipnopômpico
- Experiências alucinatórias
e pseudo-alucinatórias que
ocorrem no estado de transição
entre o sono e a vigília, quer
antes de adormecer (hipnagógico),
quer depois de despertar (hipnopômpico).
Atinge habitualmente todas as modalidades
sensoriais, embora as imagens visuais
sejam citadas com bastante freqüência.
Alterações cognitivo-afetivas
estão por vezes presentes e
pode também ocorrer um sobressalto
hipnagógico (um estiramento
súbito do corpo). As imagens
sensoriais estão correlacionadas
com períodos iniciais de sono
paradoxal (sono REM) e podem estar
associadas à narcolepsia. Em
geral, contudo, os fenômenos
hipnagógicos/hipnopômpicos
não são indicativos
de processo ou disfunção
de natureza patológica.
fenômeno hipnopômpico
- Ver fenômeno hipnagógico/hipnopômpico.
feocromocitoma -
Tumor originado na medula adrenal
ou raramente em outras partes do sistema
cromafílico que causa hipertensão
persistente ou intermitente, pela
liberação de catecolaminas
(adrenalina e noradrenalina) na circulação
sanguínea. Os feocromocitomas
secretam noradrenalina intermitentemente
causando ataques de ansiedade aguda
como parte da característica
da síndrome que também
inclui angina, palidez e transpiração
profusa, náusea e vômitos.
fetichismo (F65.0)
- Transtorno da preferência
sexual consistindo na dependência
de alguns objetos inanimados como
um estímulo para excitação
e satisfação sexuais.
Muitos fetiches são uma parte
do corpo (p.ex., uma mecha de cabelos,
os pés, extensões do
corpo humano) ou artigos de vestuário
e calçados. Outros exemplos
comuns são caracterizados por
alguma textura em particular, tais
como borracha, plástico ou
couro. Os objetos-fetiche variam em
sua importância de indivíduo
a indivíduo. Em alguns casos,
eles servem simplesmente para intensificar
a excitação sexual alcançada
por meios comuns (p.ex., ter parceiro
usando uma determinada peça
de roupa). Há diferenças
culturais consideráveis quanto
a este conceito, na medida em que
o apego erótico a um objeto
em particular pode ser inteiramente
aceitável em uma sociedade,
mas ser moderada ou gravemente desviante
em outra sociedade. A valorização
erótica de uma parte do corpo
ou de um objeto pode mudar no decorrer
do tempo (p.ex., o fetichismo por
mulheres com pés pequenos na
sociedade chinesa do século
passado, ou por mulheres de cintura
fina na sociedade européia
ou da América do Norte do século
passado, ou por mulheres de seios
volumosos e por homens musculosos
na sociedade norte-americana contemporânea).
Ver transvestismo fetichista.
fígado gorduroso alcoólico
(K70.0) - Acumulação
de gordura no fígado conseqüente
à ingestão de níveis
arriscados de álcool com o
conseqüente aumento das células
do fígado e algumas vezes hepatomegalia,
função anormal do fígado,
dor abdominal inespecífica,
anorexia e — menos comumente
— icterícia. O diagnóstico
definitivo somente pode ser feito
pelo exame histológico do fígado.
O fígado gorduroso pode desenvolver-se
após uns poucos dias de beber
e esta situação não
deve ser considerada como indicativa
de uma dependência de álcool.
A abstinência resulta em regressão
das anormalidades histológicas.
O termo preferido para esta situação
é “fígado gorduroso
induzido pelo álcool”,
embora não seja de uso generalizado.
filho de alcoolista (fda)
- Pessoa com pelo menos um dos pais
que seja ou tenha sido um alcoolista.
As discussões iniciais sobre
os efeitos dos pais alcoolistas sobre
os seus filhos focalizavam crianças
e adolescentes. Nos anos 1980, ser
um filho adulto de alcoolista (FAA
ou FADA) passou a ser uma identificação
associada a um movimento de grupo
de ajuda mutua, operando seja sob
os auspícios de Al-Anon seja
em grupos separados e em programas
de tratamento, a maioria deles organizados
segundo os princípios do grupo
dos doze passos. Uma crescente literatura
popular caracteriza o FDA como um
coalcoolista ou codependente, e apresenta
uma lista abrangente de características
debilitantes do FDA na vida adulta.
Há agora uma tendência
a se generalizar o modelo para "filhos
adultos de famílias disfuncionais".
finalização
(Working through) - Exploração
de um problema pelo cliente e terapeuta
ato que uma solução satisfatória
tenha sido obtida ou até que tenha
sido encontrada a fonte inconsciente
de um determinado sintoma.
fixação
- Um comprometimento da maturação
psicossexual, em um nível imaturo;
dependendo do grau, pode ser normal
ou patológica.
flashbacks -
Ver revivências.
flexibilidade
cérea - "Cereas flexibilitas",
freqüentemente presente na esquizofrenia
catatônica na qual o braço ou perna
do indivíduo permanece na posição
em que são colocados.
fluência verbal
- Presteza e facilidade do fluxo
de palavras durante a fala. No transtorno
da linguagem expressiva, a perturbação
na fluência e produção
das palavras pode manifestar-se
numa fala vacilante e hesitante,
com um vocabulário restrito
e uso excessivo de generalizações;
as frases podem ser anormalmente
curtas ou telegráficas por
causa da omissão de conjunções
e preposições.
fobia -
Medo irracional e persistente de
um objeto, atividade ou situação
específicos (o estímulo fóbico),
ocasionando um intenso desejo de
evitá-los. Isto freqüentemente leva
o indivíduo a se esquivar do estímulo
fóbico ou a enfrentá-lo com temor.
A Fobia é um medo específico
intenso o qual, na maioria das vezes,
é projetado para o exterior através
de manifestações próprias do organismo.
Essas manifestações normalmente
tocam ao sistema neurovegetativo,
tais como: vertigens, pânico, palpitações,
distúrbios gastrintestinais, sudorese
e perda da consciência por lipotimia.
As manifestações autossômicas externadas
pela fobia têm lugar sempre que
o paciente se depara com o objeto
(ou situação) fóbico.
O pensamento fóbico é tão automático
quanto o obsessivo e o paciente
tem plena consciência do absurdo
de seus temores ou, ao menos, sabem-no
como completamente infundados na
intensidade que se manifestam. Resistem,
os temores, a qualquer argumentação
sensata e lógica. Aliás, o medo
só será fóbico quando considerado
injustificável pelo próprio paciente
e, concomitantemente, for capaz
de produzir reações adversas comandadas
pelo sistema nervoso autônomo.
fobia social (F40.1)
- Medo de expor-se a outras pessoas,
levando à evitação
de situações sociais.
Fobias sociais mais difusas são
usualmente associadas com pouco
amor-próprio e medo de críticas.
Elas podem apresentar-se como queixas
de enrubescimento, tremor nas mãos,
náusea ou urgência
miccional quando o indivíduo
se convence de que uma dessas manifestações
secundárias da ansiedade
é o problema primário.
Os sintomas podem progredir para
transtorno de pânico.
fobias específicas
(isoladas) (F40.2) - Fobia
restrita a situações
altamente específicas, tais
como proximidade de certos animais,
altura (acrofobia), tempestades,
escuridão, viajar de avião,
espaços fechados (claustrofobia),
urinar ou defecar em banheiros públicos,
comer certos alimentos, dentista
ou a visão de sangue ou ferimento.
Embora a situação
desencadeadora seja discreta, o
contato com ela pode evocar pânico
como na agorafobia e na fobia social.
fóbicos, transtornos - A
diferença entre a Fobia sintoma
e o Transtorno Fóbico, deve ser
considerada como a diferença que
se faz entre o sintoma e a doença.
A Fobia, como sintoma faz parte
da alteração do pensamento, aparece
como um medo imotivado e patológico,
ilógico e especificamente orientado
para um determinado objeto ou situação.
Normalmente é acompanhada de intensa
ansiedade e outros sintomas autossômicos.
O Transtorno Fóbico-Ansioso se caracteriza,
exatamente, pela prevalência da
Fobia sintoma entre os demais sintomas
de ansiedade, ou seja, um medo anormal,
desproporcional e persistente diante
de um objeto ou situação específica.
Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos
destacam-se três tipos:
1
- Agorafobia;
2 - Fobia Social e;
3 - Fobia Específica.
A
FOBIA ESPECÍFICA (anteriormente
Fobia Simples) tem como característica
essencial o medo acentuado e persistente
de objetos ou situações claramente
discerníveis e circunscritos. A
exposição ao estímulo fóbico provoca,
quase invariavelmente, imediata
resposta de ansiedade com muitos
sintomas físicos. A FOBIA SOCIAL
também é um quadro fóbico-ansioso.
folha de coca -
As folhas do arbusto da coca (Erythroxylon
coca), tradicionalmente mascadas
nas culturas andinas com uma pequena
porção de cinzas alcalinas,
são utilizadas como estimulante
e supressor do apetite e também
para aumentar a resistência
nas grandes altitudes. A cocaína
é extraída das folhas
de coca.
folie a deux -
Idéias delirantes partilhadas
por pessoas com relacionamento próximo;
a pessoa dominante freqüentemente
manifesta o delírio em primeiro
lugar, enquanto que a pessoa dependente
o manifesta posteriormente. Esta
condição é
relacionada à cultura de
duas formas: (i) pode acontecer
em famílias, cultos ou outros
grupos que se caracterizam pelo
isolamento social; (ii) refugiados
e imigrantes são grupos em
risco especial de desenvolver este
problema. Pode estar associado a
vários outros diagnósticos
psiquiátricos (p.ex., transtornos
do humor, deficiência mental,
transtorno de reação
protraída ao estresse). Ver
delírio; transtorno delirante
induzido.
foniatria - Conjunto
de técnicas e procedimentos
comportamentais originalmente projetados
para a correção de
defeitos de vocalização
e de articulação,
tais como gagueira. Por extensão,
este conceito é aplicado
na reabilitação de
indivíduos com afasia e na
condução terapêutica
dos transtornos do desenvolvimento
da linguagem.
formula de jellinek
- Um método de avaliar o
número de alcoolistas numa
população, proposto
originalmente por E. M. Jeilinek,
por volta de 1940, e integralmente
publicado em 1951. Na versão
final, a fórmula era A =
(PD/K)R, na qual A é o número
de alcoolistas; D é o número
de mortes devido à cirrose
notificadas num determinado ano;
supõem-se que P, K, e R são
constantes, refletindo respectivamente
a proporção de mortes
por cirrose devido a alcoolismo,
à percentagem de alcoolistas
com complicações e
que morrem de cirrose num determinado
ano e à relação
entre a totalidade de alcoolistas
e os alcoolistas com complicações.
Tanto a suposição
que P, K e R são constantes,
bem como a própria base conceituai
da fórmula foram objeto de
críticas cada vez mais severas,
e o próprio Jellinek recomendou,
por volta de 1959, o seu abandono.
Não obstante, a fórmula,
por falta de alternativas, continuou
a ser muito utilizada até
os anos 1970.
formação reativa - Formação
Reativa é um dos Mecanismos de Defesa
descritos por Freud. Esse Mecanismos
de Defesa substitui comportamentos
e sentimentos que são diametralmente
opostos ao desejo real. Trata-se
de uma inversão clara e, em geral,
inconsciente do verdadeiro desejo.
Como outros mecanismos de defesa,
as formações reativas são desenvolvidas,
em primeiro lugar, na infância.
As crianças, assim como incontáveis
adultos, tornam-se conscientes da
excitação sexual que não pode ser
satisfeita, evocam conseqüentemente
forças psíquicas opostas a fim de
suprimirem efetivamente este desprazer.
Para essa supressão elas costumam
construir barreiras mentais contrárias
ao verdadeiro sentimento sexual,
como por exemplo, a repugnância,
a vergonha e a moralidade. Não só
a idéia original é reprimida, mas
qualquer vergonha ou auto-reprovação
que poderiam surgir ao admitir tais
pensamentos em si próprios também
são excluídas da consciência.
Infelizmente, os efeitos colaterais
da Formação Reativa podem prejudicar
os relacionamentos sociais. As principais
características reveladoras de Formação
Reativa são seu excesso, sua rigidez
e sua extravagância. O impulso,
sendo negado, tem que ser cada vez
mais ocultado.
Através da Formação Reativa, alguns
pais são incapazes de admitir um
certo ressentimento em relação aos
filhos, acabam interferindo exageradamente
em suas vidas, sob o pretexto de
estarem preocupados com seu bem-estar
e segurança. Nesses casos a superproteção
é, na verdade, uma forma de punição.
O esposo pleno de raiva contra sua
esposa pode manifestar sua Formação
Reativa tratando-a com formalidade
exagerada: "não é querida..."
A Formação Reativa oculta partes
da personalidade e restringe a capacidade
de uma pessoa responder a eventos
e, dessa forma, a personalidade
pode tornar-se relativamente inflexível.
frangofilia - Dentre
os impulsos dirigidos contra objetos,
destacamos a chamada Frangofilia,
o impulso ao estraçalhamento de
roupas, vestes, travesseiros, colchões,
móveis, etc., numa expressão de
hostilidade ativa e incontida ao
mundo material. A Frangofilia pode
ocorrer nos episódios de euforia
do Transtorno Afetivo Bipolar, no
caso de oligofrênicos, na agitação
catatônica e em estados demenciais,
senis e pré-senis. Quando ocorre
na excitação maníaca a Frangofilia
transcorre sem obnubilação da consciência.
fricativismo (F65.8)
- Excitação sexual
associada ao ato de se esfregar
em uma pessoa atraente, especialmente
encostando-se nela particularmente
no meio de uma multidão.
Ver práticas sexuais; orientação
sexual egodistônica.
frigidez (F52.0)
- Ver disfunção sexual.
frigofobia (ch.: pa-leng)
- Síndrome chinesa na qual
o paciente com múltiplos
sintomas somáticos tem um
medo mórbido de sentir frio,
associado à crença
de que seus males representam um
desequilíbrio na relação
yin-yang relacionada ao elemento
fogo. Estes pacientes podem vestir-se
com roupas de frio ou cobertores,
mesmo em períodos de calor.
Ver yin-yang.
frontal, síndrome do lobo
- As lesões no lobo frontal podem
proporcionar uma alteração significativa
dos modos de comportamento que eram
habituais ao sujeito antes do advento
da doença; as perturbações concernem
em particular à expressão das emoções,
das necessidades e dos impulsos.
O quadro clínico pode, além disto,
comportar uma alteração das funções
cognitivas, do pensamento e da sexualidade.
Nas classificações internacionais
(CID.10 e DSM.IV) essa síndrome
está relacionada ao chamado Transtorno
Orgânico da Personalidade.
froterismo (fr.: frotteurisme)
- Ver fricativismo.
frotteurismo - O foco
parafílico do Frotteurismo envolve
tocar e esfregar-se em uma pessoa
sem seu consentimento. O comportamento
geralmente ocorre em locais com
grande concentração de pessoas,
dos quais o indivíduo pode escapar
mais facilmente de uma detenção
(por ex., calçadas movimentadas
ou veículos de transporte coletivo).
Ele esfrega seus genitais contra
as coxas e nádegas ou acaricia com
as mãos a genitália ou os seios
da vítima. Ao fazê-lo, o indivíduo
geralmente fantasia um relacionamento
exclusivo e carinhos com a vítima.
Entretanto, ele reconhece que, para
evitar um possível processo legal,
deve escapar à detecção após tocar
sua vítima.
Geralmente, a parafilia inicia na
adolescência. A maior parte dos
atos deste transtorno ocorre quando
a pessoa está entre os 15 e os 25
anos de idade, após o que se observa
um declínio gradual em sua freqüência.
fuga - Ver fuga
dissociativa.
fuga de idéias - Perturbação
formal do pensamento, comumente
associada a humor exaltado e freqüentemente
vivenciada como pressão do
pensamento. Caracteriza-se por fala
rápida e incessante; as associações
verbais estão intensificadas
e facilmente modificadas e desviadas
por fatores aleatórios ou
sem qualquer razão aparente.
A instabilidade da atenção
é um traço proeminente,
sendo freqüentes as rimas e
os jogos de palavras. O fluxo ideativo
pode exceder a capacidade de expressão,
resultando num tipo de incoerência
verbal. Sinonímia: fuga idearum.
fuga dissociativa (F44.1)
- Estado de amnésia dissociativa
acompanhado de deslocamento geográfico
intencional que excede os trajetos
cotidianos. Apesar da amnésia
simultânea à fuga,
pode o indivíduo, durante
esta, ostentar comportamento que,
para observadores independentes,
aparente completa normalidade. Sua
incidência parece diferir
de uma cultura para outra, bem como
ao longo do tempo na mesma cultura.
Ver dissociação.
fuga
psicogênica (histérica
ou dissociativa) - A característica
essencial da Fuga Dissociativa é
uma viagem súbita e inesperada para
longe de casa ou do local costumeiro
de atividades diárias do indivíduo,
com incapacidade de recordar parte
ou todo o próprio passado. Isto
é acompanhado por confusão acerca
da identidade pessoal ou mesmo adoção
de uma nova identidade. A perturbação
não ocorre exclusivamente durante
o curso de um Transtorno Dissociativo
de Identidade nem se deve aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância
ou de uma condição médica geral.
Os sintomas devem causar sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional
ou em outras áreas importantes da
vida do indivíduo.
A viagem pode variar desde breves
afastamentos durante períodos relativamente
curtos (isto é, horas ou dias),
até roteiros complexos, geralmente
discretos, por longos períodos (por
ex., semanas ou meses); há relatos
de indivíduos que cruzam diversas
fronteiras nacionais e viajam milhares
de quilômetros. Durante uma fuga,
os indivíduos em geral parecem não
ter psicopatologia e não despertam
atenção. Em algum momento, o indivíduo
é levado à atenção clínica, geralmente
por causa de amnésia para eventos
recentes ou falta de consciência
da identidade pessoal. Retornando
ao estado pré-fuga, a pessoa pode
não recordar o que ocorreu durante
a fuga.
A maioria das fugas não envolve
a formação de uma nova identidade.
Se uma nova identidade é assumida
durante a fuga, esta habitualmente
é caracterizada por traços mais
gregários e desinibidos do que os
que caracterizavam a identidade
anterior. A pessoa pode assumir
um novo nome, uma nova residência
e envolver-se em atividades sociais
complexas e bem integradas, que
não sugerem a presença de um transtorno
mental.
fumante passivo
- Aquele que inala involuntariamente
a fumaça, geralmente de cigarro,
de outra pessoa que esteja fumando.
Cunhado nos anos 1970, em conexão
com estudos dos efeitos de tal inalação,
o termo ajudou a chamar a atenção
para os efeitos prejudiciais do
fumo para as pessoas situadas no
ambiente do fumante.
furor - Furor é um grau
extremo de cólera que se traduz
por conduta extremamente agressiva
e agitada, normalmente acompanhada
de estreitamento da consciência.
O Furor comumente pode estar associado
aos Estados Crepusculares, onde
passa a ser acompanhado de automatismo
motor, quase sempre com atitudes
sem objetivo prático e expressão
facial sugestiva de medo ou agressividade.
Quando o Estado Crepuscular é acompanhado
de Furor, podemos falar em Furor
Epiléptico, distúrbio responsável
por graves danos sociais e familiares.
Passado o episódio, normalmente
o paciente não guarda uma lembrança
nítida do ocorrido. Durante estes
Estados Crepusculares podem ser
cometidos delitos violentos.
furto patológico
(F63.2) - Insucesso repetido
em resistir a impulsos de furtar
objetos, que não são
adquiridos para uso pessoal ou para
ganho pecuniário; ao invés
disso, os objetos poderão
ser descartados, doados ou colecionados.
O comportamento é geralmente
acompanhado por uma sensação
de tensão crescente antes
do ato e uma sensação
de satisfação durante
e imediatamente depois do mesmo.
Sinonímia: cleptomania.
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